Da sua criança para você

Oi, eu adulta!

Que chance maravilhosa falar com você!
Que bom que agora parou para me ouvir…

Há algum tempo espero o seu tempo.
E, preciso admitir: estava aqui GRITANDO para você me dar atenção! Não por acaso você ainda sente tanta necessidade de ser OUVIDA…

Senti muito a sua falta, sabia?!
Esse universo adulto te sugou. Ou será que foi você quem escolheu olhar só para o que está FORA, esquecendo de ver o que está dentro?!
Talvez seja por isso que você sente tanta necessidade de ser VISTA…

Tive medo, muitas vezes. Me senti abandonada. Precisei de colo e aconchego. Do mesmo jeitinho que você hoje busca por amparo e proteção.

Eu já sabia que, mais cedo ou mais tarde, você olharia para mim… Afinal, fui eu quem te ajudei a chegar aqui… Lembra? Fui eu quem experimentei aquelas sensações todas! Fui corajosa e te guiei com a minha leveza e avidez!

Por que será que está te faltando hoje leveza para passar pelos desconfortos?! Talvez por você ter me deixado de lado tanto tempo…

Enganou-se ao pensar que, crescendo, não precisaria mais de brincar!

Enganou-se entendendo que “adultecer” era só uma questão cronológica, números ou certidão de nascimento antiga ????.

Enganou-se ao afirmar que, agora, crescidinha, não precisaria mais da nutrição que vem das suas raízes.

Mas, importante mesmo é que, agora, você pode escolher me ouvir, me ver, me sentir. Mais que isso: me levar com você. Pode até continuar usufruindo da minha alegria e repertório de brincadeiras. Isso não é um erro. Confia!

Desde que, quando o assunto for de adulto, você se posicione como tal, sem esperar que o seu companheiro, seus amigos ou até mesmo seus filhos te “salvem” de suas mazelas.

Vale pedir ajuda!
Vale receber!
Vale equivocar-se!
Vale errar!
Vale chorar!

Só não vale esquecer de onde veio, para não se perder de si pelo caminho.

Pronta! Me sinto pronta para seguir de mãos dadas com você.

O que podemos fazer juntas, agora?!